sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A II Mostra Internacional da Mulher Negra conhecida carinhosamente como MIMUNEGRA  aconteceu este ano de 2012 literalmente na Raça, no dia 18 de outubro no Centro Municipal Calouste com a colaboração de artistas que  além de acreditarem no projeto, colocam para a sociedade o descaso com relação as artistas, principalmente as mulheres negras.
Vários convites foram feitos, alguns deles justificados de maneira tão especial e respeitosa, sejam eles por telefone ou por email, por incompatibilidade de agenda, como foi o caso da SEPPIR – Secretaria De Políticas Públicas de promoção da igualdade Racial, SPM Secretaria de Políticas para as mulheres, ONU Mulheres  e OIT – Organização Internacional do trabalho, que desejaram um bom evento e com palavras de incentivo e prosperidade para as mulheres negras em geral.
O evento contou com a apresentação de Lu Lopes, que passou bastão como numa grande Olimpíadas da solidariedade, o bastão para a abertura oficial, convidando uma das  idealizadoras e produtoras do evento Iléa Ferraz e Jana Guinond que contaram com o histórico do evento.

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Cada momento era muito esperado, e não podia deixar de ser diferente, tendo como palestrante a Dra. Helena Theodoro que contou um pouco sobre a história de Tia Ciata e fez com que muitas pessoas presentes se sentissem a própria Tia Ciata na maneira tão perspicaz de articulação e que teve o poder de manter o seu nome vivo até hoje na área da Praça XI.
E tivemos o presente das Deusas, diversas mulheres que fizeram e fazem história no Rio de Janeiro estavam conosco.
Contamos também com a presença de  sua bisneta Gracy Mary que luta até hoje pela eternização da história da família.
Depois com uma calorosa apresentação da Cia de Dança Corpafro, e emocionante depoimento da Diretora Eliete Miranda, que agradeceu o momento de troca de energias.

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Com a participação da galera do programa Reconhecer, que tem um programa de TV na internet e, imagina isso? Um local onde não somos representadas de maneira respeitosa, as colaboradoras, informaram sobre uma Vakinha para manter o programa no ar, e a importância de potencializar grupos excluídos, esse que faz parte da base da pirâmide social registrados no IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, IPEA – Instituo de Pesquisa de econômica Aplicada e LAESER - Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (Laeser) da UFRJ
Foi surpreendente, um grupo de mulheres negras, que idolatravam a Griot Vanda Ferreira, que também faz parte do programa.
Isso nos faz lembrar a época em que os(as) negros(as) libertos(as)  compravam a alforria de outras(os) irmãs(os) escravizados(as). Fato histórico.
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Passada a euforia da alforria, deu-se início a mesa de debate que foi pra lá de instigadora, contou com a presença de Adriana Baptista - Gestora da loja virtual de Produtos e Serviços de Comunicação, adrianabaptista.com ; jornalista do blog MOVIMENTO&MÍDIA  e Coordenadora do Projeto ACORDO DE DAMAS,  representando a Mimunegra - Iléa Ferraz – Atriz, Diretora, Artista Plástica , Lellete Couto da Coordenadoria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Rio de Janeiro(CEPPIR/RJ) , Angela Fontes da  Superintendência dos Direitos da Mulher (SUDIM) da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH) , Marcelo Dias da Superintendência de Promoção da Igualdade Racial SUPIR/RJ,  e o Coletivo de Mulheres Negras Artistas Matamba - Clécia Sant'anna (Representante de Goiânia) - atriz, cantora e produtora cultural que abordou sobre os aspectos da produção artística das mulheres negras em Goiás e o surgimento do coletivo) e Rodrigo Nascimento da Fundação Cultural Palmares, que apresentaram as atuais propostas para a população negra.
Pronto! O debate começou e aquilo que a Estimativa, uma das apoiadoras do evento mais gosta de fazer, convidar para as reflexões, que contou com as preciosas contribuições de Neusa Pereira do Coisa de Mulher, da empresária  Dayse Natividade, Janaina Soldera de Goiânia, Coreógrafa Carmem Luz , entre outras.
Foi um luxo só!
Iléa ferraz ressaltou que o evento é para fortalecer expressões artísticas de mulheres negras e que tem como parceria a Estimativa, mas é um movimento de Artistas, ainda citou o Movimento do AKOBEN que esteve em Brasília no dia 21 de agosto numa audiência pública para que as produções com a temática de negros(as) tenham como o(a) negro(a) como protagonista de sua própria história.
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Gostaríamos de ressaltar, enfatizar e ilustrar a presença da galera de Goiânia do
Coletivo de Mulheres Negras Artistas Matamba viajaram 20 (vinte) horas, repetindo: 20 (vinte) horas para estar no evento, e sem dúvida nenhuma, abrilhantar ainda mais, na luta da coletividade e irmandade, em qualquer lugar do Brasil, que emoção!!
Para finalizar, contamos com a apresentação de Amas de Leite, Mães do Brasil. – Direção: W.Santiago que reconstrói a presença das amas de leite como singulares protagonistas na geração da ideia de família, de afeto a infância e de proximidade feminina no Brasil.
O trabalho protagonizado por jovens artistas negras da periferia aproxima tecnologia, arte, memória visual do Brasil oitocentista e fotografia, num combinatório cênico conectado de investigação e ativismo social.
O evento foi um sucesso, levando principalmente em consideração de que ele foi produzido em apenas 10(dez) dias, tendo como base que era um período eleitoral, cheio de feriados e o mais surpreendente que nas redes sociais, mais propriamente no facebook contou com a colaboração de aproximadamente mais de 1.100 compartilhamentos e o total de 95.995 pessoas que visualizaram o material de divulgação.
É importante deixar explícito que a MIMUNEGRA teve no ano passado, em 2011, seus projetos aprovados na Lei Roaunet e na Lei do ICMS, e que participou no total de 08 editais no  Rio de Janeiro, entre eles: CCBB – Centro Cultural Banco Brasil, Caixa econômica, Furnas,  CCJF – Centro cultural Justiça Federal e Oi Futuro.
A pergunta que fica no ar: Com todos os índices de desigualdade social e étnico-racial existente em nosso Brasil, embora tenha sido aprovada nas leis de incentivos, por que nenhum dos projetos não foram aprovados nos editais?
Hum.....Essa é pra você pensar!
Agradecemos a todas as pessoas que contribuem e contribuíram da maneira que pode para a realização desse evento, ou melhor, da realização desse mais um sonho!
CANDACES MIMUNEGRA
Ficha Técnica
Lu Lopes – Atuou em “Cobras e lagartos” - Direção: Wolf Maya, “Cidade dos homens”  Direção: Paulo Morelli, “Ator Profissão Amor”- Direção: Maria de Alves, “Crianças brincam enquanto dormem”- Direção: Ed Lopez, Prêmio de melhor Atriz no Festival CEI de Quintino com o espetáculo - “A Bruxinha que era Boa”
Helena Theodoro – Doutora em Filosofia, mestre em Educação, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros do Departamento de Ensino Superior da FAETEC, coordenadora da Pós-graduação de Figurino e Carnaval da Universidade Veiga de Almeida , Professora da Universidade Estácio de Sá e vice-presidente do Fundo Elas.
Cia Corpafro - A Cia Corpafro nasceu a partir de um bate papo com alunos do projeto A ARTE DE DANCAR AFRO em 08 de maio de 2005 tendo como proposta unir a dança, teatro e poesia como um fio condutor do corpo contemporâneo afro brasileiro. Tendo como base o resgate e memória da dança afro como totalidade e as relações com manifestações culturais a fim de participar do cenário da arte como ações afirmativas.
Ficha Técnica: Direção Preparação corporal -Eliete Miranda / Direção vídeo Fotografia- Flavia dos Prazeres / Direção Musical- Francois Archanjo / Samira R Marques -Atriz dançarina / Claudia Leopoldo - Atriz dançarina / Taise Lima - Atriz dançarina / Rafael de Paula –Ator dançarino / Elaine Raimundo - Atriz dançarina
Adriana Baptista - Gestora da loja virtual de Produtos e Serviços de Comunicação, adrianabaptista.com ; jornalista do blog MOVIMENTO&MÍDIA  e Coordenadora do Projeto ACORDO DE DAMAS.
Coordenadoria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Rio de Janeiro (CEPPIR/RJ) - Órgão vinculado à Casa Civil criado pelo Prefeito Eduardo Paes em fevereiro de 2009, tem como responsabilidade de elaborar e implementar políticas públicas de promoção da igualdade racial na cidade agindo de forma transversal em toda a estrutura governamental.
Superintendência dos Direitos da Mulher (SUDIM) pertence a  Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH)
Superintendência de Promoção da Igualdade Racial - SUPIR/RJ  ligada a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos.
Coletivo de Mulheres Negras Artistas Matamba  - Mulheres negras trabalhando em prol da disseminação da cultura e arte afro-brasileiras em Goiânia e no interior do estado. O coletivo foi criado, antes de tudo, para discutir o mercado de trabalho para artistas negros, especificamente para que mulheres negras possam também protagonizar a cena cultural de Goiânia.
Sinopse
Corpos e Tambores – Cia Corpafro
De onde vem este ritmo? Vem dos tambores temos como uma das referencias o Djembe e um tambor originário de guine da África Ocidental,sendo muito importante nas culturas africanas sobretudo nas regiões mandingue, que compreende os países Mali,Costa do Marfim,Senegal,Guine e BURKINA FASO.
Tem como envolvimento os fragmentos de lutas que vem sendo travadas há muito tempo pela mulher resgatando a historia do tambor junto aos corpos e ao mesmo tempo buscando o universo feminino através de suas funções milenares.
Na linguagem de gestuais propomos uma releitura sobre o povo de Burkina Faso e focalizamos o sentido de resistência e fortaleza que habita a doçura do olhar do falar do nascimento e renascimento propiciado pela mulher.
Hoje já podemos mostrar este enfrentamento e estas conquistas através da arte em geral como atitude e transformação da própria sociedade.
 Amas de Leite, Mães do Brasil -
Amas de Leite, Mães do Brasil é uma experiência estética de aproximadamente 10 minutos, que reconstrói a presença das amas de leite como singulares protagonistas na geração da ideia de família, de afeto a infância e de proximidade feminina no Brasil.
O trabalho protagonizado por jovens artistas negras da periferia aproxima tecnologia, arte, memória visual do Brasil oitocentista e fotografia, num combinatório cênico conectado de investigação e ativismo social.
Ficha Técnica:
Atrizes: Samira Marques, Ana Cê, Elaine Raymundo e Joyce Pires.
Luz e som: Bruno Lopes,
Direção: Wilian Santiago
Neide Diniz( Assessoria de Imprensa) - Atualmente, repórter da TV Brasil e também apresentadora e roteirista  do programa REconhecer, Realiza produção de eventos e assessoria de imprensa.
Trabalhou como repórter do Jornal da Saúde do Canal Saúde da Fiocruz. E durante mais de sete anos, foi apresentadora, repórter, roteirista e entrevistadora do programa de televisão da TV VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz, exibido na UTV - Rio de Janeiro - e em rede nacional pela NBR. 
Idealizadoras
Débora Almeida – Atriz, bailarina, produtora cultural, professora e pesquisadora em Artes Cênicas, Pós-graduada em Arteterapia em Educação e Saúde pela Universidade Cândido Mendes, formada em Educação Artística-Licenciatura Plena em Artes Cênicas(UNI-Rio), Bacharelado em Interpretação Teatral(UNI-Rio)
 Iléa Ferraz - Atriz, diretora, produtora e artista plástica. Indicada ao PRÊMIO SHELL DE TEATRO (2003), na categoria melhor atriz, com o espetáculo “Nunca Pensei Que Ia Ver Esse Dia.”Entre seus principais trabalhos na tv destacam-se as novelas: A Padroeira (Rede Globo) / Xica da Silva (Manchete) / Helena (Rede Manchete) / Pacto de Sangue (Rede Globo).
Jana Guinond  - Atriz, Coordenadora da Estimativa, estudante de Pedagogia CEDERJ/UERJ, Conselheira e Vice-presidenta de Relações Institucionais do COMDEDINE – Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do negro e Conselheira Deliberativa do Fundo Social Elas, ex-apresentadora de um Programa de TV WEB da Petrobras.
Apoio Institucional
ONU MULHERES
Apoio
Secretaria Municipal  de Cultura do Rio de Janeiro
Estimativa
Pérola Negra Produções
Burburinho Produções
Maiores informações: www.estimativa.org.br
Fotos: Juliana Baraúna, Janaina Oliveira e Nina Silva.
Agradecimentos na produção do evento: Carol Lopes, Deny Moura, Ednéa Rubin, Lu Lopes, Giselle Moraes, Iléa Ferraz, Jana Guinond, Janaina Oliveira Re-fem, Juliana Baraúna, Marcia Ferreira, Giovani Harvey,  Neide Diniz, Nina Silva, Simone Cerqueira e  Vanda Ferreira
Maiores informações: www.estimativa.org.br
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